17.8.08

I Festival de Tecnologia de Petrópolis - FTP

Aconteceu no começo de agosto o primeiro Festival de Tecnologia de Petropolis (FTP) onde os principais pontos turísticos desta cidade receberam uma programação cultural e tecnológica, com shows, teatro e cinema. Nota no caderno Link do Estadão - Feira de Petrópolis ainda está na Fase 1 - publicada em 11/08/2008 conta que o evento foi uma mistura de palestras de negócios e feira de ciências.

A reportagem continou, lembrando que a Vocação Tecnológica Vem do Tempo de D. Pedro II, já que a cidade serrana foi fundada em 1862 como local de veraneio do ex-imperador, aficcionado por novas invenções. Ele adquiriu a primeira camera fotográfica do pais em 1840 e conheceu o telefone através do proprio Grahan Bell em 1876, aderiu as novidades e no fim do reinado tinha 25 mil imagens em seu acervo fotográfico e linhas telefônicas no Palácio de São Cristovão (1879) e em Petrópolis (1883). A cidade também foi local de veraneio de Santos Dumont e sua casa e um ponto turístico, com suas escadas que só se sobem com pé direito, móveis altos e chuveiro aquecido a álcool.

Um dos principais palestrantes do FTP foi Johnny Chung Lee, cujos experimentos em tranformar o Wiimote (joystick do game Wii) tiveram repercussao mundial. No Link - Americano quer levar Wii para a sala de aula - a matéria conta que Lee hoje contratado pela Microsoft, tem doutorado em interação homem-computador pela universidade Carnegie Mellon e aposta na tecnologia para tornar acessível instalar lousas inteligentes em escolas públicas e o Wiimote possa ser usado para desenhar e mover janelas do PC projetadas na parede.

O wiimote também foi protagonista de um show de música, como mostrou uma reportagem no Jornal da Globo - Tocadores de joystick: a surpreendente convergência de mídias DJ - que foi ao ar dia 28/08/2008, mostrando instrumentistas como o DJ Deco que usaram o controle para comandar sons que imitavam instrumentos como baterias e cavaquinhos. Bem parecido com as experiências do Wiicombo, projeto que participei ano passado.

Movimento Petrópolis Tecnópolis

O festival também serviu para divulgar o Movimento Petrópolis Tecnópolis, programa criado em 1999 que pretende tranformar a cidade em pólo de criação em alta tecnologia. Matéria no jornal Valor - Petrópolis Almeja Ser Pólo de Desenvolvimento e Pesquisa - publicada em 11/08/2008, conta que hoje o município abriga 72 empresas de tecnologia que faturam entre R$3 e R$15 milhões por ano cada.

A gerente geral do movimento, Ana Hofmann, contou que no início a aposta era em atrair centros de pesquisas de multinacionais, hoje o foco esta em empresas brasileiras. Ana, ex-executiva da Oracle, conta que o município investiu em um anel de fibra ótica, formação de recursos humanos e oferece incentivos fiscais, trocando o pagamento de ISS por serviços prestados à prefeitura.

Petrópolis conta com uma unidade do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET), cursos de graduação na Universidade Católica de Petrópolis, Estácio de Sá e de pós-graduação no Laboratório Nacional de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (LNCC). Este último transferiu-se do Rio em 1998 e hoje tem cerca de 100 mestres e doutores.

Ainda no jornal Valor, a matéria (reproduzida no site Protec) - Região Serrana do Rio atrai companhias da área de TI - traz uma lista de empresas que usufruem dos benefícios fiscais, tecnológicos, climáticos e históricos da região.

A Idea Valley, criada por Sergio Cabral Cavalcanti, e proprietária do FlipSuite, sistema que permite navegar por páginas de jornais, livros ou revistas, simulando a leitura do formato tradicional. Em 2007 faturou R$ 15 milhões e mantém 110 empregados, supervisionados por Juliana Laxe, que revela que o recrutamento é predominantemente local. A Automatos, braço de desenvolvimento da Virtus, presidida por André Fonseca, recentemente tranferiu 40 profissionais que antes trabalhavam no centro do Rio.

A Taho, do ex-banqueiro Luiz Cesar Fernandes e o engenheiro de computação Sergio Cabral, funciona no mesmo local da Marambaia Capital e da Fazenda Marambaia, onde Luiz cria cabras e cachorros da raça paulistinha. A empresa foi responsável pelo acesso sem fio à internet na favela da Rocinha, criado em 2003 com o Viva Rio e exportou a tecnologia para a Nigéria, onde Sergio morou por 2 anos. A Marambaia Capital foi uma das primeiras empresas do Petrópolis Tecnópolis e controla a Taho Voip e a WiPlug, voltada para transmissão de dados via rede elétrica.


Post publicado originalmente em meu Blog no Yahoo! Tecnologia.

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